- Rebellion - Arcade Fire;
- Paradise - Coldplay;
- Layla (unplugged) - Eric Clapton.
Entre as muitas coincidências que a vida nós trás, a última que me aconteceu foi incrível! Fui com a mãe e a Mena, em Novembro, tomar um café na Livraria Cultura. Enquanto esperava as duas que estavam presas em um engarrafamento monstro, achei um livro que o título me chamou a atenção. Li a contra-capa e vi que se tratava de uma grande aventura de um rapaz que aos 19 anos, num arroubo de romantismo fruto das suas inúmeras leituras, abandona o conforto da sua casa na Inglaterra pra servir cinco anos na Legião Estrangeira na Argélia. "É um sinal!", pensei. "O Fê, vez ou outra, fala da Legião". Peguei pra dar uma lida enquanto as duas não chegavam. O engarrafamento realmente era monstruoso e foi maravilhoso porque me peguei lendo 50 páginas num ritmo acelerado, ansiosa pra saber o que vinha pela frente, e rindo sozinha na cafeteria no meio da livraria. Comprei - quer dizer, implorei pra mãe comprar porque estava sem dinheiro no dia, admito! - e devorei o livro. Apaixonei-me pelo Simon, pela sua história... e me apaixonei ainda mais pelas coincidências da vida. Um início de noite com trânsito congestionado me levou a um livro em que eu só sabia que se tratava de um bando de homens queimados pelo Sol e que tinham um "contrato de cinco anos com a França". Coincidência maior é a lição de vida que o livro ensina. O maduro Simon, cinquenta anos depois, faz um epílogo grandioso em sabedoria. Não teve um dia, naqueles cinco anos já distantes, que não marcaram seu caráter. Até os dias sem perspectiva de quebrar pedras e construir estradas. Bem, falei tudo isso pra chegar a maior coincidência até agora. O livro, num caixinha, indo pra você; e você, sem perspectiva, carregando areia, construindo estradas. É doloroso, sei. Principalmente somado a distância e saudades. Mais não vai haver um dia que não some uma experiência grandiosa a seu caráter. Sei disso muito bem!
No mais, vou parar de escrever neste tom de melancolia. Dois posts com este tom já são mais do que suficientes. O blog, é pra celebrar!
"Foram duros, esses longínquos dias na Legião, que ocuparam anos cruciais em minha vida. Mas, agora que os lembro, não me arrependo nem por um segundo. Foi uma experiência magnífica. Tive uma camaradagem sem igual e o mundo era um lugar bem mais livre do que hoje pra se movimentar. Havia mais tempo para sair fora da rota. assim, um rapaz de dezenove anos podia fugir e escalar uma montanha, se ele quisesse. Os corredores da vida parecem hoje estreitos comparados áqueles, e os objetivos materialistas que almejamos requerem que andemos o tempo todo nos trilhos, sem parar, desde o momento em que fazemos nossos primeiros exames.
Mas há tempo. E, para aqueles que estão vacilantes à beira da estrada, meu conselho é que escalem as montanhas da vida, e que o façam quando ainda são jovens, para que sejam felizes quando chegarem aos setenta."
Simon Murray
Descobriu agora por qual motivo me apaixonei por ele?
Beijos!
